Um dos problemas enfrentados por prestadores de serviço e centros de corte de chapas é o recebimento de arquivos contendo o projeto de peças formadas com estruturas geométricas mais complexas, como é o caso das SPLINES.
Não importa qual o processo de corte utilizado, na maior parte dos casos o fluxo de produção inicia com os arquivos DXF 2D que são criados pela Engenharia ou Projetos e que contém o contorno das peças.
Estes arquivos são processados por programas de CAM (Manufatura Auxiliada por Computador) que fazem o calculo da trajetória de corte e demais operações automatizadas.
Os programas CAM, com o auxílio dos pós processadores, criam os arquivos de máquina (g-code) de acordo com o "dialeto" do comando da máquina que executará os cortes.
SPLINES e o CNC
Quem não esta familiarizado com o ambiente CNC pode não saber que as SPLINES não são entendidas pela grande maioria dos comandos CNC.
A norma ISO 1056 (que define o código G) também não prevê as SPLINEs. Os comandos CNC são capazes de fazer interpolação dos eixos de forma linear (G01) ou circular (G02 e G03).
Por consequência, os programas CAM tendem a não reconhecer estas geometrias e o processo ser interrompido por esta limitação.
É comum haver problemas deste tipo no ambiente de fabricação. Tipicamente o projeto da peça é feita em um CAD 3D que depois gera os arquivos DXF das peças em 2D para a produção. Nesta etapa é que se exportam os arquivos DXF contendo estas entidades.
Converter SPLINES para POLILINHAS
Faz sentido utilizar SPLINES no projeto, é verdade. As SPLINES estão disponíveis para o projetistas criar geometrias mais complexas com design mais arrojado. Podemos ver isto nos projetos de automóveis, eletrodomésticos, arquitetura e qualquer produto que tenha como design um fator de diferenciação.
Mas se as SPLINEs não servem para o processo de corte CNC, como podemos resolver este problema?
Existe a possibilidade de se converter uma SPLINE em POLILINHA na maioria dos programas CAD. Aqui vamos mostrar como fazer isto no DraftSight, versão gratuita.
Vamos utilizar a peça a seguir como exemplo de como podemos fazer esta conversão. Veja na imagem que a peça é formada por uma SPLINE, conforme destaque:
Selecione a SPLINE que será convertida. Depois, digite "explodex" na janela de comandos localizada na parte inferior da tela, conforme a imagem a seguir. Depois pressione ENTER.
Este comando "explode" a SPLINE em POLILINHA. Esta POLILINHA é formada por uma sequência de arcos e linha que se aproximam da SPLINE original e que podem ser interpretada por geradores de código G.
Observe que é necessário especificar qual a precisão será utilizada. Você deve inserir um valor entre 10 e 90. É importante observar esta etapa, pois quanto mais precisa for a conversão, mais próxima da geometria original você estará. Por outro lado, a quantidade de segmentos que serão criados será maior.
Digite a precisão escolhida e pressione ENTER. Observe que agora a geometria é formada por uma POLILINHA, conforme exibido no destaque da imagem abaixo.
Como utilizamos a precisão máxima (90%) esta POLILINHA convertida contém 265 vértices. Se utilizarmos a precisão mínima (10%) a POLILINHA resultante teria 241 vértices.
Obviamente a quantidade de vértices da POLILINHA varia muito em função da geometria da imagem. É preciso analisar o processo de corte para se definir quais são os valores aceitáveis.
Exportar DXF com POLILINHA
Para acelerar o fluxo de trabalho, nós recomendamos algumas práticas para preparar os desenhos para o nesting e posterior produção.
Uma destas práticas é exportar o arquivo DXF pela primeira vez já tomando o cuidado de exportar em POLILINHA, garantindo que o arquivo não contenha nenhuma SPLINE.
Infelizmente nem todos os programas CAD possuem está função. Alguns mais populares como SolidWorks, Rhinoceros, e AutoCAD podem fazer isto. Outros como CorelDraw apesar de poderem exportar em DXF não oferecem a opção de fazer esta conversão.
Programas de Nesting com Suporte a SPLINE
Alguns programas de Nesting e CAM fazem a conversão automática de arquivos DXF contendo SPLINES, mas vale lembrar que esta conversão na verdade é uma aproximação.
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Referências