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Foto do escritorIgor Kondrasovas

Como Preparar Arquivos DXF para o Corte CNC?


Para fazer o plano de corte de peças e desenhos criados em programas CAD (.DXF, .DWG etc.), é preciso respeitar algumas regras para que o otimizador possa interpretar corretamente a geometria da peça a ser cortada.

Separamos uma lista com 5 dicas para facilitar este trabalho e manter os arquivos organizados para o nesting.

1 - Verificar a Geometria da Peça

A maioria dos softwares de planos de corte conseguem interpretar as linhas e arcos contidos no arquivo DXF. Mas é muito comum acontecer dos vértices que unem estas geometrias não estejam exatamente no mesmo ponto.

O resultado é que o contorno da peça não ficará realmente uma geometria fechada aos olhos do software de planos de corte, causando erros na interpretação destes arquivos.

Cada elemento no arquivo DXF necessita ter seus dois vértices ligados a outras geometrias, formando um figura fechada. Isso se aplica ao contorno externo (perfil da peça) e os contornos internos (furos, rasgos etc).

Veja o exemplo a seguir. Apesar de aparentemente o desenho representar um contorno fechado, existe um ponto que deveria unir uma linha e um arco que não estão conectados, mas nesta perspectiva isto não é visível.

Exemplo de Peça Aparentemente Fechada

Não é possível saber olhando na imagem anterior, mas se selecionarmos todos os elementos desta geometria, percebemos que existem dois vértices isolados, que não estão ligados a outras linhas ou arcos, conforme a imagem a seguir com o destaque em vermelho.

Vértices isolados

Ampliando no detalhe, podemos observar que o arco e a linha até se tocam, mas o vértice de cada uma está em um local diferente. Do ponto de vista geométrico, estes elementos não estão ligados.

Cruzamento de geometrias

Para um software de nesting ou até para um software de CAD, este conjunto de linhas e arcos não formam uma geometria fechada. Este é um dos motivos mais frequentes nos erros de importação de peças para outros sistemas de corte de chapas.

Prática Recomendada: Transformar todas as peças em polilinhas fechadas. Isto garante que a geometria contém uma sequência de elementos contínuos.

É importante verificar que os pontos iniciais e finais da polilinha estejam fechados, formando um contorno completo.

2 - Remover Tudo o que não for Contorno

Remova todos os elementos do arquivo DXF que não sejam parte do contorno da peça. Texto, legendas, linhas auxiliares, cotas etc.

Boa prática: Mantenha estas informações separadas em layers (camadas) diferentes no seu arquivo de CAD para facilitar esta limpeza de informações adicionais. Você pode convencionar estes layers na sua empresa ou com seus fornecedores.

Existe uma convenção bastante conhecida no ramo de corte para tecidos, chamada de DXF AAMA e ASTM onde a geometria para corte fica em um layer chamado "CUT". Você pode fazer algo semelhante na sua empresa.

3 - Evitar SPLINES

A maioria dos comandos numéricos computadorizados, que atende as normas ISO da linguagem G (G-code) são capazes de realizar movimentos lineares e circulares. Ou seja, retas e arcos.

As SPLINES são geometrias mais complexas e a maioria dos software de CAM acaba fazendo uma aproximação da SPLINE em diversos arcos antes de gerar os código de máquina.

A quantidade de arcos depende da SPLINE e da precisão desejada nesta aproximação. Mas como o próprio nome diz, é uma aproximação e não uma conversão. Sempre haverá perdas e imprecisões.

Boa prática: Configure o seu CAD 3D para não utilizar SPLINES durante a exportação das peças para o 2D. Apenas linhas e arcos.

4 - Utilizar um Formato DXF Padrão

O formato DXF já existe faz algum tempo e passou por muitas revisões e melhorias. Nem sempre os programas de CAM ou de comando CNC conseguem abrir os arquivos DXF com formatos mais recentes.

Boa prática: Quanto mais antiga a versão do arquivo DXF você utilizar quando salvar o desenho da peça, maiores as chances de que ele seja aberto sem problemas por outros programas.

É possível especificar a versão do DXF ao salvar o arquivo no seu software de CAD.

Mas não é preciso ir voltar muito ao tempo. O Otimize Nesting, por exemplo, suporta arquivos DXF padrão 2000 ou mais recentes.

Os desenhos em 2D tendem a ser simples do ponto de vista de recursos do arquivo DXF. Utilizar um padrão mais antigo geralmente não resulta em problemas com perda de recursos e funcionalidades.

5 - Mais arquivos, Mais Problemas.

Manter diversas cópias de uma mesma peça é pedir para ter problemas no futuro. O Engenheiro ou o programador não tem uma solução a prova de falhas para saber qual arquivo DXF contém a versão mais recente do desenho da peça.

A chance de se utilizar um arquivo antigo aumenta junto com a quantidade de cópias do mesmo arquivo que circulam pela empresa.

Boa prática: Utilize uma única base de dados para os arquivos de peças. Mantenha tudo em um mesmo local com uma padronização de nomes e pastas para diminuir as chances de erros.

Alguns programas possuem um banco de dados internos de peças, sem necessidade de gerenciar imensas listas de arquivos.

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